sábado, 27 de abril de 2013

JÁ LI METADE - A CULPA É DAS ESTRELAS

Já Li Metade...

... do Livro: A culpa é das estrelas

Emoções verdadeiras representadas em simples frases, é o que sempre vejo acontecendo na narrativa de John Green.

Apreciem um pouco da estória através dos trechos que selecionei para vocês!



"- Quantas pessoas acha que morreram?

- Tipo, quantas personagens fictícias morreram neste filme fictício? Não suficiente - ele brincou.

- Não, quer dizer, tipo, desde sempre. Tipo, quantas pessoas você acha que já morreram até hoje?

- Por acaso, eu sei a resposta para essa pergunta - ele disse. - Há sete bilhões de pessoas vivas no mundo, e mais ou menos noventa e oito bilhões mortos.

- Ah - falei.

Eu achava que porque o crescimento populacional tinha sido muito acelerado, houvesse mais pessoas vivas do que todos os mortos juntos.

- Há cerca de quatorze pessoas mortas para cada vivo - ele disse.

[...]

Demorava muito tempo para que todos os cadáveres fossem identificados, imagino. Minha cabeça ainda estava encostada no ombro dele.

- Pesquisei isso uns anos atrás - o Augustus continuou. - Eu estava me perguntado se todo mundo poderia ser lembrado. Tipo, se nós nos organizássemos, e designássemos uma determinada quantidade de cadáveres para cada vivo, será que haveria pessoas vivas o suficiente para se lembrar de todos os mortos?

- E há?

- Claro. Qualquer um pode listar quatorze mortos. Mas nós somos uns pranteadores muito desorganizados, por isso acaba que muitas pessoas se lembram de Shakespeare e ninguém pensa na pessoa para quem ele escreveu o soneto cinquenta e cinco.

- É - falei.

Fiquei em silêncio por um minuto, e aí ele perguntou:

- Você quer ler alguma coisa assim?

Respondi que sim. Comecei a ler um poema chamado Uivo, de Allen Ginsberg, para minha aula de poesia, e o Gus pegou para reler o Uma aflição imperial.

[...]

- Estou apaixonado porvocê - ele disse, baixinho.

- Augustus - falei.

- Eu estou - ele disse, me encarando, e pude ver os cantos dos seus olhos se enrugando. - Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que  o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.

- Augustus - repeti, sem saber mais o que dizer.

Senti como se tudo estivesse crescendo dentro de mim, como se eu me afogasse numa alegria estranhamente dolorosa, mas não consegui dizer aquilo de volta. Não consegui falar nada. Só olhei pra ele e deixei que olhasse para mim, até que ele assentiu, comprimiu os lábios, virou para o outro lado e encostou a cabeça na janela".

[Trechos retirados das páginas 140 a 142 do Livro: A culpa é das estrelas – John Green – Editora: Intrínseca]

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